segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Growing Up



Revi este filme há cerca de dois dias. Sempre o considerara como um filme light que adorava mas que não me marcava realmente.
Não sei se devido à companhia, à idade, ou a qualquer outro factor mais real ou mais cósmico, a verdade é que observei cada detalhe com olhos de ver. Desta vez marcou.

Claro que iria apreciar o filme: intrinsecamente ligado à música e à paixão com que ela colora as nossas vidas; sobre relações, suas rupturas e a procura incessante sobre os motivos das falhas; com um subtil toque de humor aqui e acolá, um John Cusack delicioso como sempre. História simples, mas deveras particular.

E com este breve trecho do filme (garanto que tive dificuldades na selecção porque há muitas cenas que aprecio) apercebo-me que, além de um filme sobre auto-descoberta é realmente um filme sobre crescimento pessoal.

Todos idealizamos crescer, tornarmo-nos melhores e maiores. Eu desejo-o, no entanto, nunca tenho pressa. E sei que este tipo de crescimento nunca alcançamos sózinhos.

O que me leva de volta a uma antiga ideia minha: não me considero dependente e espero que ninguém precise de um namorado para ser feliz ou para se sentir completa. Mas não haja dúvida: uma boa relação permite-nos o auto-conhecimento e uma evolução que não é alcançável de outra maneira.
Testa os nossos limites, revela os nossos maiores defeitos. Exibe as fragilidades, as sensibilidades e puxa o que de mais íntimo há em nós. Traz o nosso pior e o nosso melhor à flor da pele totalmente nua, completamente despidos perante o outro.

Pode assustar, aceito. Mas não entendo quem não cede perante esse medo. Acredito piamente que isso é do melhor que a vida nos pode dar.

Já dizia o grande Vinicius "Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão! Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não!" :)

3 comentários:

  1. :)

    Acho sempre curioso como um mesmo livro ou um mesmo filme podem parecer tão diferentes, quando lidos em diferentes fases da vida.

    Quanto ao crescimento, há-de pressupor sempre a ideia de alteridade. 'Eu' com o 'eu próprio' não cresço do mesmo modo do que 'eu' com o outro'.

    E também me parece claro, conforme dizes, e passível de ser atestado, ainda que em pura teoria, que numa relação testas limites que não testas noutros afectos. A matéria é outra.

    Mas para cresceres assim é necessário que 'gaziliões' de factores se conjuguem, que os planetas se alinhem, que o cosmos conspire... é necessário estarem reunidos os circunstancialismos necessários ao 'fim do mundo' de que falava o Paixão.

    E no 'fim do mundo' muita coisa deve suceder... crescer, deve, por certo, ser uma delas ;)

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  2. Ah! Como pude olvidar?! =P

    ' (...)
    Porque a vida só se dá pra quem se deu/
    Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu/
    Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não/
    Nao há mal pior do que a descrença/
    Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão (...)'

    :)

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  3. Quando falo em relações que nos fazem crescer, falo dessas a sério. Dessas do "fim do mundo". Dessas que reunem todos os circunstancialismos. Enfim, das verdadeiras. Para quê mencionar outro tipo? :P

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