domingo, 19 de dezembro de 2010

Pecadora me confesso.

Em doce delírio te escrevo porque não estás. Apercebo-me da doçura que sinto em cada despedida. É só por 24horas, talvez esse o motivo de não haver angústias. Mas despedi-me como se fosse um até daqui a um mês e calcorrei comboio e Porto com um sorriso nos lábios.
A solidão controlada sempre me fez bem; também eu acredito que, além de me conhecer em silêncio, também te conheço melhor à distância e sou (ainda) mais apaixonada com quilómetros que nos distanciam.
O pior é que o sorriso não se resume à despedida e saber que amanhã já cá estás. Tem um toque leve de arrogância. Quando apaixonada sinto-me superior, afinal descobri o que mais ninguém tem: ou têm mas não o mesmo nem com a mesma dimensão. O mais curioso é que todos vivem na douta ignorância e não sabem o que perdem por não te conhecerem. Eu alcancei esse estado superior, onde te toco e te chego, como, espero, mais ninguém. O meu lado solidário impele-me a contar-te a todos, à senhora da mercearia ou até mesmo ao rapaz que passa. Cedo à arrogância; afinal és o meu segredo mais bem guardado.
Nada disto me atravessa quando estou contigo, vivo-nos com a alegria do costume, com o drama necessário em cada dois dias e com a humildade natural.
Mas hoje não estás. Sei-te, sinto-te. Quase como se estivesses. Sorrio arrogantemente.

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