segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"Devia ser como no cinema..."


Pois devia. Porque falta-nos a banda sonora. Sempre lamentei que a vida real não tivesse música, a arte que afinal, melhor consegue exprimir aquilo que estou a sentir. São palavras de outrém, palavras que eu também saberia proferir; são ideias de outrém que também a mim me ocorrem, quando ocorrem; são sensações de outrém que eu também consigo experienciar. No entanto, são combinadas com o mais perfeito acorde e é mais o som, às vezes o mais inaudível som, que exprime exactamente o que me vai na alma.
O nosso (re)encontro merecia música de fundo. Ocorrem-me várias que nem elencarei; mas o som será tendencialmente de violinos. Ah piano também!
O nosso beijo tem um som, o nosso abraço tem um som, o nosso olhar tem um som. Eu consigo escutá-los, eu sinto os tambores. Mas não soam alto - e a música ouve-se em elevados décibeis - o que significa que não acompanham a verdadeira intensidade do sentimento.

Falta esse gostinho à vida real: sim, devia ser como no cinema.

Em tudo o resto discordo dos Clã nessa música (que, contraditoriamente, é a minha favorita) porque a "língua inglesa (não) fica sempre bem". A portuguesa sim, por muito traiçoeira que possa ser considerada. O sentimento que me fica quando tu te afastas é o mais típico português: saudade. E não, um "I miss You" não tem a força nem a genuína agudeza da tão nossa expressão.

Acresce que, nenhuma expressão é tão gentil, cuidadosa e proferida com tanto respeito como um "amo-te".

E um "amo-te" também tem um som.

2 comentários:

  1. Diz lá... Vá, diz lá... que não há-de nunca haver ária mais intensa do que a melodia de estarem juntos, pois não?... :')

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  2. Não digo dessa maneira fUleira, mas pronto! Não posso dizer essas coisas desse modo... ainda me chamam mais lamechas! xD

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