segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dos Irreparáveis

'De vez em quando a eternidade sai do teu interior e a contingência substitui-a com o pânico. São os amigos e conhecidos que vão desaparecendo e deixam um vazio irrespirável. Não é a sua falta, é o desmentido de que tu não morres.'

Vergílio Ferreira


Sempre tive para comigo que 'isto' funciona como uma cadeia de fios muito ligados, emaranhados uns nos outros. De repente, já a teia se teceu. Tanto que a dado momento já não se sabe precisar muito bem onde termina uma pessoa e começa a outra.

Muitos de nós vivem nos outros e através deles. Quando vão morrendo, adoecendo ou envelhecendo, somos nós... Que morremos. Adoecemos. Ou envelhecemos.

(Ainda?) não sei distinguir bem o que me tem feito crescer do que me tem envelhecido.

Mas sei que comecei a morrer no dia em que a minha Avó morreu. E a partir de então não houve jamais quem (me) preencha essa ausência.

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Pulsa!