Tento?...
Não tento.
Páro. Recolho-me. Estagno.
...
Chamo(a)-me aAprendiza.
Tinha - e de certo modo hei-de ter sempre - um companheiro de rota que tinha (e tem?) um irmão, que, em tempos idos, julguei ser tio, que me acompanha do lá de lá. Todos os dias.
Chama-se oAprendiz. O companheiro de rota.
Aprendizado. A nossa rota.
Medo. O irmão dele que quanto a mim há-de ser sempre, no mínimo, um afim.
Vontade. Erro. Fé. Temas capitais do nosso agri-doce Aprendizado.
...
A vida acontece.
A vida acontece todos os dias. Os acontecimentos, por definição, acontecem(!). Precipitam-se. Sucedem-se.
O Tempo não pára. Não estagna. Não se detém. Quem pára somos nós. As Pessoas. Às vezes.
...
Ouço a Voz do outro lado da linha do telefone - 'Porque é que não tentas?... Tenta.'
Tento?...
'Nós somos muito maus a avaliar o risco e as consequências dos nossos actos, acredita...'- continua a Voz do lado de lá.
De facto... A nossa (in)capacidade de agir é sempre coarctada ou instigada pela história. A nossa e a dos Outros.
Tento?
E Se?...
O mundo dos Condicionais é tão confortável quanto inócuo. Não há nada como o Presente do Indicativo. O Aqui e o Agora. A vida a fazer-se. A acontecer. Desconcerta sempre por mais conjecturas, premonições, cogitações e planos milimetricamente gizados que te assistam. Há sempre algo que (te) escapa.
Sempre.
E Se?...
Respiro fundo. Olho. Escuto.
Quase... Quase que não penso...
Tento(?)
...
Se tenho Medo? Todos os dias.
Se isso me distingue dos demais? Não.
O que me distingue dos demais (alguns, 'demenos') é o que faço ou não faço com ele.
A Voz do telefone está sempre lá. Mesmo quando não a ouço com a acuidade que apreciaria...
'Se não apostas não perdes. Mas também não ganhas!'
De facto... não me sujeitar à álea de perder, já é uma forma de perder.
...
Inspiro e expiro.
Tento?
Tento.
Erro?
Possivelmente. Mais, provavelmente. Erro.
Tentativa-erro. tentativa-erro.
De certo modo, curioso é quando acerto...
Tento, pois. Sujeito-me à álea.
A voz da Rádio, essa ouço-a também todos os dias, e sorrio, de mim para comigo...
'Qualquer coisa em mim me lembra a Sorte e eu confesso que eu aposto.'
Inspiro e expiro.
Viver não é senão um acto de fé.
Aposto. Vivo. Salto. Sem rede, claro.
...
Agora é a minha voz ao telefone:
- Não desligues! Grande parte de mim está ainda por apostar!...
Aposta. Porque está.
Mais bonito do que se falar e dissecar (pela enésima vez!) sobre a tentativa-erro e a aposta... é realmente passar à acção. Não creio que falar sobre o assunto efectivamente ajude, nem sequer encoraje! Acho que falar tanto do assunto em perspectiva teórica, torna-o mais "bicho-papão" como se fosse assim tão dificil!
ResponderEliminarNão é, Joaninha, não é... Difícil é ter certezas, daquelas plenas. Isso sim! A partir do momento em que as temos (pelo menos no 'aqui' e no 'agora') nada, mas reitero, NADA deveria impedir-nos de perseguir a felicidade. De efectivamente apostar. De perder, mas perder tentando.
As palavras estão gastas. E estas temáticas ainda mais. É preciso não se ter noção de que se deveria ou queria fazer, mas FAZER.
A voz do outro lado da linha consola-te. Entende-te. Mas não creio que tenha nada de novo a acrescentar. São já palavras e dissecações batidas. É hora de viver e não de falar em viver amanhã. É a minha posição (firme) em relação a este assunto.
:*
P.S. Espectacular escolha de imagens! :)
ResponderEliminarTambém me integro nesse grupo de pessoas com dificuldade de passarem ao acto...Mas concordo que a Bruna , neste assunto, tem a sorte de conseguir noutro patamar...Custa muito subir esse pequeno(grande) degrau...
ResponderEliminar.
Beijinhos
Talvez custe, mas para te ser franca, esse tipo de dificuldades nunca atravessei e por isso tenho problemas em entendê-las... teoricamente lá vou captando, mas na prática, não consigo mesmo perceber o porquê de muitas pessoas adiarem e adiarem a vida delas (e adiarem o coração) por terem medo. De quê?! É, para mim das cobardias mais inexplicáveis. E olha que eu não sou propriamente uma pessoa simples que acha que tudo é fácil (se for isso que se pretende, vide João Vitor :P). Mas a questão de apostarmos numa felicidade maior, de aproveitarmos a vida - e se é má, tentar torná-la o melhor possível - e de subir esse degrau, é uma questão simples. Ninguém morre se a tentativa não chegar para alcançar o pretendido. Eu, pessoalmente, morro da agonia de nunca ter tentado...
ResponderEliminarBeijinho *
Reservo o meu direito de resposta para o meu 'regresso'... =P
ResponderEliminarPosto que está vetado firmemente este tema, é com pesar que informo que é, não só possível, como, aliás, provável que não seja a última vez que dissecarei sobre ele... =P
ResponderEliminarCorrecção - a Voz do outro lado da linha (aquela a que eu sei que te referes) não me consola. Entende-me. É diferente. E aqui não estamos perante um dos meus preciosismos de linguagem.
Eu e tu, já tivemos esta discussão gaziliões de vezes. E teremos tantas mais quantas forem necessárias, a Vontade não reina em todos os Condados, minha cara...
Não reina, acredita... Sabes bem que já faleci quase, de tanta vontade que tinha de fazer diversas coisas e não fiz. Por isso, por me ser tão difícil e ... hmm... como dizer?... curiosa (?) a passagem ao acto - e por vezes em coisas tão pequenas - sempre me intrigou...
Como pode ser instintivo para uns e quase 'batalhado' para outros.
Seja como for - e como há-de ser - concedo-te que melhor que dizer coisas é fazer coisas. Concedo-te tudo isso, minha Caixa... Mas isso não resolve a minha 'problemática volitiva'... Porque ela existe. Acredita que existe. Tu sabes que existe. Sentes (em mim).
PS.: Esta é talvez o tema capital dos nossos deliciosamente audíveis diálogos de surdos. xD Faz-me sempre lembrar... Chão.
Sim. Chão. :')
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