terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sempre Ao Sol

'Eu só queria despir-nos
como se tira habilmente
a seda aos pêssegos
e nus adormecermos
sem saber quem somos
sem jogos aos ombros
que vêm de pequenos
pelo faro pelos poros
pelo sono dos cabelos
pelo estalinho dos dedos

Eu só queira deixar-nos
como o sol a bater
na cal dos muros
e nus adormecermos
sem contar os beijos
sem dizer piropos
como o cio dos frutos
como a pele dos bichos
como o íman dos olhos
dos velhos sentados.'

"Ao Sol"
Joaquim Castro Caldas





Sem comentários:

Enviar um comentário

Pulsa!