sábado, 14 de junho de 2014

Uma perspectiva deste Género

"Um homem não chora"; "isso é coisa de meninas" - quem nunca ouviu estes típicos estereótipos de género? Porque é que algumas destas crenças conduzem à inferiorização da mulher e, ainda, à violência doméstica?
"Uma perspectiva deste género", o meu novo artigo no Jornal Audiência (baseado num estudo que fiz para a colaboração no âmbito de um Manual de Boas Práticas de Igualdade de Género).

Clicar na imagem para ler o artigo completo.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

J & J - Das Coisas que não são só Coisas (*)

Para ti, Joana, Janine, Jaqueline, Jasmine, Joaquina, Jacinta, Júlia, Josefina, Julieta: desconheço o teu nome mas apelo-te por ele e presumo que só possa começar por J ou não usasses tu, confortavelmente, um anel com a inscrição J & J.
Podes querer crer e até te convencer que foi a ti que o teu João, Joaquim, Joel, Justino ou Jó se debruçou e te pediu para seres e estares, com ele, para toda a sua vida. Mas não foi: essa história é minha e não tua. Talvez noutro momento, talvez noutra vida, talvez daqui a uns dias esta biografia seja semelhante à tua e vejas o teu coração repleto de alegria e te quedes a pensar “porque raio quererá ele ficar comigo, eu, distraída, de cabelo sempre despenteado e com muitos ataques de mau-humor?”, mas não. Esta vida é a minha, fui eu quem se questionou e fui eu que, não obstante todas as dúvidas complexas que se me atravessam logo aquando o café da manhã, consegui dizer “sim” sem sombra de hesitação. Medo? Sim. Hesitação? Nunca. O João é o homem da minha vida e aquele anel J & J em tudo reflectia a minha personalidade. Como ele diz “simples mas arrojado”.
Terás noção do tempo investido, do carinho aplicado? Terás noção que esse anel voou países, que ele o transportou no bolso, no meio dos rebuçados de mentol e dos pacotes de açúcar, tudo só para me poder apanhar de surpresa e por a tremer este meu guerreiro que trago no peito? A história é minha, é nossa, não tua.
Ninguém te culpa: bolas, o anel é objectivamente bonito, quem não o levaria? Quem não aproveitaria os cinco minutos fatais de distracção para o carrear? Provavelmente qualquer um/a. Mas quem tem coragem de ver a inscrição J & J no seu interior e de, ainda assim, fazer de outra história a sua?
Sabes a história?
Tudo começara com um toque no ombro.(Re)Conhecemo-nos a um 17 de Março não chuvoso.Não padecemos de imediato das síndromes fatais da paixão. Mas reparei de imediato no seu cheiro - imutável até hoje, por mais mutável que seja o seu perfume. Nada de alergias, nada de pontapés no estômago, nada de trincas na língua. Ficaram os números trocados e um adeus mais lento que aquilo que seria previsível. Ele ligou no dia a seguir e desde então não nos largamos, vencendo todas as adversidades: Eu digo asneiras, ele diz coisas certas (às vezes); eu atento, ele distrai; eu tagarela, ele silente; eu choro, ele ri; eu desespero, ele acalma; eu sento, ele dança; eu sossego, ele inquieta. Eu sorrio, ele sorri; eu abraço, ele abraça; eu quero, ele quer; eu preciso, ele precisa; eu sinto, ele sente. Eu, ele, nós, estamos. Eu, ele, somos.
Ele chama-me (a mim). Devolve-me às cores que tenho, tira-me dos trajes cinzas e pretos. Tocará a “No Cars Go” dos Arcade Fire no nosso casamento porque, simplesmente, ninguém vai onde nós vamos.
Tão diferentes e com uma simbiose tão arrebatadora.
Disse que sim porque não resisto às suas quatro rugas no canto do olho e quero ficar com ele até serem cem.
Esta é a história e o resto é história.
Joana, Janine, Jaqueline, Jasmine, Joaquina, Jacinta, Júlia, Josefina, Julieta: carregas amor alheio: não é teu, é meu. E comporta (muito) mais do que alguma vez caberá nas palavras.Fá-lo voltar a Casa: um dia terás o teu. E se as iniciais nada te disserem e for apenas um anel bonito: traz esse que eu própria te compro outro.




(*) Com agradecimentos à minha Joaninha, pelo apoio e pelas frases que não são só frases; ao Pedro por pôr tudo quanto é no mínimo que faz; ao João por me amar acima de toda e qualquer distracção.




domingo, 18 de maio de 2014

Escrevo, logo existo.

E em jornais também, não obstante este blog ser o meu (e)terno e verdadeiro refúgio! :)

Aqui está a minha primeira crónica no Jornal Audiência. Escreverei a título quinzenal sobre temas jurídicos ou temas livres. Vou colocando aqui, na medida das minhas possibilidades.


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Hope Dies After Me

Quem me lê e me conhece sabe que trabalho pelos Direitos Humanos: a minha fé na Humanidade é inabalável, a esperança morrerá depois de mim.

Isto posto, sim, claro que acho que o único objecto que tenho de verdadeiro valor sentimental me será devolvido. Não por karma extra-sensorial que eu comporte - não comporto - mas pela fé que tenho que este apelo chegue a quem de (in)direito e que uma súbita crise de consciência a afecte.

Afinal, é símbolo do meu noivado. Note-se que me irei casar na mesma: tenho comigo o mais importante, nada reduzido a qualquer objectificação: o melhor noivo do mundo. Talvez até me ocorra que, por questões karmáticas, eu não mereça que o anel venha a mim porque já tenho tudo e nada me falta: o melhor noivo do mundo.

A minha felicidade também será inatacável. Choro e chorarei muito esta perda - a Joaninha já dizia "porque há Coisas que não são só Coisas - e agarrar-me-ei à fé e à felicidade que me move: mas infeliz recuso-me a ser!

Mas quem o tem: para quem o tem, é meramente uma coisa. A inscrição interior (" J & J ") nada lhe transmite; não se recorda de ter o namorado, em Paris, ajoelhado perante si a pedir-lhe para consigo partilhar a vida, aceitando quem ela é, conhecendo o seu mais doentio âmago e mesmo assim a querendo, em consciência; não o envergou todos os dias até então com orgulho.

Assim, pede-se a quem o tem que devolva a coisa que muito amor e memórias contem. Com fé e felicidade, humildemente peço a devolução, considerando até uma compensação para quem mo trouxer.

Concretizando a factualidade:

Perdido na Leitaria da Baixa (Rua Passos Manuel) na cidade do Porto no passado dia 10 de Maio (sábado) pelas 16h30. Foi deixado por uns breves cinco minutos no lavatório da casa-de-banho.
Por dentro: J & J .



Obrigada a quem apele à Humanidade e mo traga.

Hope Dies After... Us,
J & J

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Do que me ocupa...

... e não me permite voltar onde fui feliz!

As ausências nossas prendem-se com tudo e nada que seja justificação: é a vida que ocorre, que nos atravessa e ocupa todos os minutos; as famigeradas rotinas; os lânguidos dias que passam: e o blog, porque não há tempo para ele?

Prometo que me esforçarei mais para não deixar esquecer este espaço que tão feliz me faz, que me transpõe, que ajuda toda a monotonia se acalmar.

Mas é isto que tenho feito: abrir o nosso próprio Escritório é algo consumidor. Entre outras coisas, os últimos meses prenderam-se com este espacinho tão meu - outro bebé, mais um bebé, o segundo bebé (o primeiro foi este espaço).

Visitem, disponham! Voltarei com textos, em breve.



Site: http://www.veigasilvaadvogados.pt/
Facebook: https://www.facebook.com/veigasilvaadv?ref=hl


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Para 2014: Coisas Simples.

 
Ama.
Lavar os dentes ao lado de quem amas.
Apalpar-lhe descaradamente o rabo....

Comer chocolates até te fartares.
Passar a noite a dizer asneiras....
Beijar sempre de língua.
Passar o dia a dizer asneiras.
Mandar o chefe bugiar.
Passar a vida a dizer asneiras.
Deixar declarações de amor escondidas pela casa.
Fazer o teu pai feliz.
Preguiçar regularmente.
Fazer a tua mãe feliz.
Atirar o despertador à parede periodicamente.
Fazer quem tu puderes feliz.
Dormir quinze ou vinte horas seguidas.
Pôr a mão de fora do vidro do carro.
Pintar o cabelo de azul ou de amarelo.
Pôr a cabeça de fora do vidro do carro.
Cantar no banho para todo o prédio ouvir.
Lamber a tampa dos iogurtes.
Correr que nem um louco na praia.
Falhar que nem um burro só porque tentas.
Praticar sexo oral com frequência.
Tentar que nem um burro só porque queres.
Mudar a decoração de casa num dia só.
Dançar quando estás feliz.
Passar horas só a cuidar de ti.
Dançar quando estás triste.
Dizer bem de quem amas.
Enfiar o dedo no nariz às escondidas.
Dizer bem de quem não amas.
Dançar enquanto estás vivo.
Guardar segredos inconfessáveis.
Experimentar posições sexuais improváveis.
Contar segredos inconfessáveis.
Masturbares-te sem qualquer culpa.
Ter segredos inconfessáveis.
Ver quanto dá o teu carro.
Dizer o que não se pode dizer.
Cagar assiduamente nas convenções sociais.
Sonhar com o que não pode acontecer.
O orgasmo sempre que puderes.
Coçar e ser coçado nas costas.
O gemido sempre que souberes.
Passar muitas horas a contar anedotas.
Adormecer todo torto no sofá.
Passar muitas horas a ouvir anedotas.
Rir que nem um desalmado.
Fazer um penteado estrambólico só porque te apetece mudar.
Rir por tudo e por nada.
Chorar a torto e a direito.
Rebolar na areia quando estás todo molhado.
Chorar porque também é um direito.
Abraçar o teu gato ou o teu cão.
Mandar a austeridade tomar no cu.
Beijar incansavelmente.
Não te levares minimamente a sério.
Dispensar quem te chateia.
Tocar um instrumento qualquer.
Perdoar quem é humano.
Desistir do que não te serve.
Lutar pelo direito à parvoíce.
Escrever um livro.
Dar prioridade ao prazer.
Ler um livro.
Nunca desistir de quem amas.
Aprender desvairadamente.
Fazer cadeirinha com quem amas.
Ensinar desvairadamente.
Perder a respiração pelo menos uma vez por dia.
Nascer pelo menos mais uma vez do que as vezes em que morreres.
Viver desvairadamente.
Te.

Pedro Chagas Freitas
 
 

sábado, 30 de novembro de 2013

Mexia

«Não quero tudo, nunca quis tudo, e mesmo que quisesse, é impossível. Mas quando quero uma coisa, quero tudo, o bom e o mau, o eufórico e o difícil. Sou um idealista pessimista: não tenho pressa nenhuma e aprendi a viver com o medo.»

Pedro Mexia