Quando sempre me denominaram de racional (?), eis que sou capaz de mostrar que não estou nem perto de tão alta condição.
Deixo as emoções falarem mais alto do que o meu quociente de inteligência fugindo totalmente ao meu desvio-padrão. Não me explico, sou incoerente, não obstante a facilidade na formulação de frases lógicas. Permito que esses devaneios sentimentais me assolem e me consumam. Tenho noção do exagero e não consigo parar.
Sempre me denominaram como a mais prática: sou ágil por natureza e desenrascada por treino, detesto sentir-me impotente e mexo-me para alcançar a felicidade porque não vejo propósito de viver sem tal.
Mas, ridiculamente, ainda me apaixono. Apaixono-me mais do que julgava possível à partida.
Ainda me aperalto quando sei que te vou ver. Ainda tomo banho em passo rápido e saio fresca, leve e flausina para ir ter contigo. Contigo meu amor, que já me viste com dois dias sem banho, cabelo desgrenhado, remela no canto do olho e baba seca nas bochechas: resquícios de uma noite elegantemente bem dormida.
Já me viste de lingerie. Também já me viste com as cuecas de algodão desbotadas de tantos anos de uso. A minha depilação nem sempre está feita, parece que o pêlo ainda não cai naturalmente, notável quando mo eriças com aquele teu toque ou com aquela palavra respirada no meu ouvido. E talvez o meu corpo não esteja no topo de forma, indisfarçável quando a roupa não está vestida.
Os meus níveis sociais estão sempre em alta, no entanto, tu sabes das minhas fragilidades, das inúmeras inseguranças, das minhas dúvidas e angústias. Também sabes a minha história. E ainda sabes os meus medos e os meus sonhos.
Não somos fantasia, somos reais.
E é essa realidade. É essa certeza (embaraçosa e difícil de admitir ainda que em sussurro) que me abala, me transforma em pleno animal. A realidade pode assustar.
É essa certeza. É essa vontade.
De querer partilhar o banco contigo.
Denominaram-me de eterna sonhadora. Admito.
Nunca te tinha visto(lido) assim...Temos caso sério:)
ResponderEliminar"leve e flausina" gosto...;)
É mesmo isto...Mais bonito de tudo é quando não é apenas um sonho...é melhor porque sabe a realidade nesses pequenos nadas que descreves...
Desejos de muitos sonhos a cores...;)
Hmm.. E eu aqui a pensar que te tinha acertado com uma flecha leve e ao mesmo tempo fugaz e, afinal acertei-te com um machado. Uma machadada bem certeira que te abriu e feriu-te com gravidade mas como sempre estou aqui para te curar. ;) Gostei muito do teu texto mais uma vez achei-o sublime. Beijinho da pessoa que te ama imenso***
ResponderEliminarRicardo, eu própria nunca me tinha visto ou lido assim. Daí o embaraço, daí o "a realidade pode assustar" :)
ResponderEliminarJoão, foi uma machadada bem valente. E sabes que mais? Gosto! Sou uma eterna masoquista, que posso eu dizer? :) Portanto, não me cures. Espero que a "ferida" se mantenha aberta por muito tempo! :)
:')
ResponderEliminarJá comentei pessoalmente... Outro estádio. Acuidade do real. Partilhado...
Speechless... :)