Amor ao quadrado

Há um Amor ao quadrado.

Há um Amor que não esperou por consentimento, não pediu autorização, não aguardou pela pancadinha nas costas; há um Amor que se uniu cuja prova é feita por um simples papel perdido algures na casa certamente coberto de pó.

Há um Amor que se uniu. Sem mais ninguém, com as testemunhas necessárias por lei, sem fotos pirosas nem vestido branco.

Há um Amor que se uniu, sem a necessidade de exibição de aliança, uniu-se ali. Entre eles, confundido unicamente na complexidade que os olhares transportavam.

Há um Amor que aguentou a distância. Há um Amor cuja presença se sentia ainda que a vários quilómetros físicos de diferença.

Há um Amor que já sobreviveu às vicissitudes do Tempo: às rugas, às brancas, à celulite, à barriguinha, à má disposição - justificável ou nem tanto assim - à paixão, à dor, à idade que se nos impõe com maior rapidez do que desejaríamos.

Há um Amor que perdoa, admira, deseja, venera, compreende, vê, escuta. Que sente.

Há um Amor que aguenta os desgostos das Pessoas que os rodeiam; há um Amor que se mantém ainda que pareça que outros Amores se dissipam.

Há um Amor que ainda, ainda tem a paixão visível: nos olhares, nos toques, na intimidade, nas brincadeiras, na cumplicidade, na união. Há um Amor que se vê no beijo.

Há um Amor que sorri, sorri muito.

Há um Amor que dura há quase 40 anos. Há um Amor que será Eterno.

Há um Amor que eu desejo ter. É isso. Quero o que Eles têm.*

*E isto é Tudo.